domingo, 15 de agosto de 2010

De consumidora, virei dona de sex shop de luxo...



Sempre pensei em ter o meu próprio negócio. Mas nada me parecia suficientemente atraente para deixar de lado uma carreira bem-sucedida. Sou formada em psicologia, com pós-gradução em recursos humanos e extensão nos Estados Unidos. Trabalhei muito tempo na área de RH de diversas multinacionais. Até que, há dois anos, numa véspera do Dia dos Pais, resolvi preparar um presente especial para o meu marido. Decidi montar uma cesta com vários ingredientes, entre eles, champanhe e lingerie. Disposta a ir além, visitei várias sex shops e confesso que fiquei decepcionada com o ambiente e os produtos. Só encontrei o que procurava quando entrei em uma boutique erótica de luxo: um lugar diferenciado, com bom atendimento e artigos de qualidade, nada grosseiros. Minha relação com a loja Constantine foi de paixão à primeira vista. Vi ali um negócio em potencial e, animada, resolvi estudar mais a fundo o mercado. Afinal, poderia estar diante de uma boa oportunidade.

Após pesquisar por um ano o setor, freqüentando desde as sex shops mais básicas até as mais sofisticadas, decidi investir em uma loja com o perfil da Constantine, da qual me tornei cliente. Num domingo, folheando os classificados de um grande jornal, deparei com um anúncio oferecendo o que eu procurava. Quando liguei, não pude acreditar: a Constantine estava à venda! Negociei com os antigos proprietários, mas, às vésperas de assinar o contrato, eles desistiram da venda. Chorei muito; afinal, era a realização do sonho do negócio próprio que fugia das minhas mãos. Apesar da decepção, não perdi a esperança.

Enquanto eu esperava encontrar uma outra oportunidade, fiz pelo menos oito cursos na área de empreendedorismo, entre eles, o Empretec, do Sebrae. Como diz o ditado popular, "o que é do homem, o bicho não come". Um ano depois, os antigos donos da loja Constantine voltaram a me procurar. Em fevereiro deste ano comprei a empresa. Não preciso dizer o quanto fiquei feliz. Nem mesmo a expectativa de trabalhar numa área diferente da minha diminuiu a minha euforia. Sempre fui muito criativa e idéias não faltavam para deixar a boutique como eu imaginava, enquanto a visitava como consumidora. Na minha cabeça, a loja deveria receber homens e mulheres em busca de presentes diferentes, tudo sem constrangimento. É o que estou procurando fazer. Com profissionalismo, quero mudar a imagem que a maioria das pessoas têm desse tipo de negócio.

Não posso dizer que tudo foi fácil. Afinal, estou à frente de uma empresa que sofre com alguns preconceitos, que ainda é vista por muitos como um lugar de promiscuidade. Ainda estou me adaptando à nova rotina. Até já dei alguns passos significativos para a marca ficar mais conhecida, criando nichos de produtos em lojas de parceiros. É o que chamo de "pockets erotics". Sobra trabalho, mas me sinto realizada. E essa sensação é impagável.

Para vocês conhecerem um pouquinho mais da minha história...

Beijinhos,
Luciana Keller

Matéria publicada na revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Instituto Endeavors, 2008.

2 comentários:

  1. Lu, Parabéns!!! Que a Constantine cresça muito mais ainda!!!! Sucesso pra você!! Bjim.. Grazi.

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  2. Wow.
    o meu sonho e ter uma tambem.
    ja trabalhei em 2 e adorei, sinceramente nao tenho jeito com mais nada mas esta area é a que me fascina
    muitas vendas e sucesso!
    ja agora uma boa entrada em 2011, eu infelizmente estou desempregada mas espero entrar com o pe direito.

    beijinhos

    vera.carvalho18@hotmail.com

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