O DESPERTAR TÂNTRICO (parte I)
Por Virginia Gaia
Visibelli*
Mas, afinal, o que é Tantra? A
palavra Tantra deriva de um conjunto de escrituras encontradas na região da
Cordilheira do Himalaya. Os primeiros registros de técnicas tântricas – também
conhecidas como Magia Sexual no ocidente – são anteriores a 3 mil a.C. E do que tratam esses textos? O Tantra une
filosofia e estudos avançados de anatomia em um sistema de práticas
meditativas, rituais e, sobretudo, corporais. E nesse sistema de práticas, o
tema da sexualidade é tratado abertamente, com técnicas que efetivamente
aprimoram a experiência de prazer durante o ato sexual.
A combinação desses elementos
filosóficos com as técnicas corporais produz o que os tântricos chamam de
“estados alterados de consciência”, que constituem uma importante ferramenta
para ampliar a nossa autoconsciência. Assim, o que o Tantra visa ao estimular o
sexo mais prazeroso significa, em última instância, uma relação mais saudável
de cada indivíduo com sua própria sexualidade, no mais amplo sentido dessa
palavra.
Entretanto, muitas pessoas ainda
se questionam se seria possível incorporar essas práticas tântricas tão antigas
às rotinas que temos em nosso mundo contemporâneo. E a resposta é SIM, qualquer
pessoa pode praticar tantra, independente de suas crenças, preferências sexuais
ou status de relacionamento. Apesar de algumas religiões orientais terem
incorporado elementos tântricos, o Tantra em si é uma prática essencialmente e
primordialmente pagã – ou seja, ele não está relacionado a nenhuma religião ou
crença específica – e, uma vez conhecidas as suas bases anatômicas e
filosóficas, é possível adaptá-lo às preferências de cada um.
E isso tudo se torna ainda mais
importante quando abordamos a sexualidade feminina. No Tantra, a mulher é
chamada de Shakti e tem papal fundamental nas práticas tântricas. A Shakti é
consciente da importância do prazer no ato sexual, tem domínio do próprio corpo
e, a partir daí, é a iniciadora tântrica do homem. Assim, ao estudar o Tantra,
tomamos contato com um conhecimento milenar que é anterior a uma era que
reprimiu a sexualidade feminina e que, felizmente, começa dar sinais de
mudança.
Assim, vemos que o Tantra nunca
esteve tão atual. E por que não tirar proveito do conhecimento e das técnicas
utilizadas pelos nossos antepassados para vivermos uma sexualidade plena e
livre de amarras? Está ao alcance de todos nós!
*Virginia Gaia Visibelli é astróloga e estudiosa de mitologia e religião comparada há mais de 15 anos, tendo estudado e praticado diferentes vertentes do Tantra. Foi iniciada no Vajrayana - o chamado Budismo Tântrico ou Budismo Tibetano - além de ter sido integrante de grupos fechados e Ordens Iniciáticas dedicados ao estudo das técnicas tântricas no ocidente.
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